terça-feira, 29 de março de 2011

Balneário Camboriu planeja o maior Edifício da America do Sul


A cidade mais verticalizada de Santa Catarina também está prestes a se transformar no maior pólo de arranha-céus do Brasil. Com seus 46 km², Balneário Camboriú, a menor cidade catarinense em extensão e a maior em densidade demográfica (2.350 habitantes por km²), terá o mais alto edifício residencial da América do Sul. Uma combinação de residencial e apart-hotel, que será construído na Barra Sul, próximo do teleférico.
O edifício terá 63 andares e 196 metros, superando o Titanium La Portada, de Santiago do Chile, com 52 andares e 194 metros.
É o que revela o prefeito da cidade, Edson Renato Dias (PMDB). "Conheci o conceito do projeto em uma apresentação em 3D. É algo sem igual na América Latina." O projeto do arranha-céu é mantido em sigilo absoluto pela FG Engenharia, também responsável por um prédio de 140 metros e 45 andares que será entregue em 2015.
O Plano Diretor do município não prevê limite de altura para edifícios à beira da praia. O prefeito afirma que não vê impedimento na execução da obra, desde que erguida dentro dos padrões de ocupação limitados em 40% do terreno. Ele diz que a localização do prédio na Barra Sul não vai projetar sombra na praia. Os 5,7 quilômetros de praia ficam prejudicados a partir das 15horas porque a cortina de edifícios que têm até 35 andares encobre o sol.
Com uma população de 108 mil habitantes, mas que na alta temporada chega a receber cerca de 1 milhão de turistas por mês, Camboriú tem no ramo imobiliário sua segunda maior fonte de renda, superada apenas pelo turismo.
Cidade quer usar areia do fundo do mar para alargar praia
O prefeito de Balneário Camboriú, Edson Renato Dias, assinou contrato com a empresa americana Coastal Planning & Engineering para execução de um estudo de jazidas de areia que será usado no alargamento da faixa de areia da Praia Central.
Pelo projeto, os 5,7 quilômetros da orla receberão milhares de toneladas de areia retiradas do próprio mar. Dependendo dos estudos, a faixa que atualmente tem 40 metros em média poderá chegar a 100 metros. "É muito cedo para se avaliar, mas se trata de um investimento de cerca de R$ 100 milhões", diz o prefeito. O compromisso inicial da empresa é identificar o melhor tipo de areia. O estudo custará R$ 400 mil.
O chamado aterramento hidráulico só é feito mediante um estudo profundo de impacto no mar, de combinação de material e possibilidade de transporte e extração. Dias já adiantou que a obra de alargamento só será possível se for encontrada areia compatível com a da praia. O relatório da qualidade do material será apresentado nos próximos seis meses e, se o projeto for viável, serão necessários pelo menos dois anos de trabalho para o aumento da faixa. Nos Estados Unidos, a Coastal Planning & Engineering já realizou mais de cem alargamentos.
A proposta da obra é manter a praia com suas características, sem alteração da biodiversidade. Para tanto, será preciso encontrar areia com a mesma granulometria, que possibilite balneabilidade, ondas e inclinação, caso contrário a praia continuará como está. Um esboço de projeto urbanístico da Avenida Atlântica já está em andamento. Ele vai contemplar o mobiliário urbano, com alterações na calçada, o remanejamento dos quiosques, a inversão da via e a criação de uma nova ciclovia.
Planejamento. Se por um lado o crescimento do ramo imobiliário é favorável à economia, por outro preocupa. Auri Pavoni, secretário de Planejamento, defende uma legislação que coíba a agressividade dos empreendimentos, levando-se em consideração o impacto ambiental.
O planejamento turístico e a antiga legislação não previram esse impacto, bem como não respeitaram uma distância média entre as edificações, a avenida, o calçadão e a praia. Água, sistema viário, vagas de estacionamento e saneamento básico estão na lista de prioridades para a manutenção do padrão turístico a que a cidade se propõe.
A referência é o crescente número de turistas que opta pela cidade nas férias de verão. Em janeiro, Balneário Camboriú recebeu 900 mil turistas. A demanda influi especialmente no saneamento básico. Embora o prefeito considere que o município tem 100% de redes de esgoto, o serviço é multiplicado em temporadas e fins de semana prolongados.


Fonte: O Estado de São Paulo 

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