Hoje procurando alguns arquivos , encontrei este artigo que escrevi no ano passado para a revista Destaque Imobiliário, e acho que este momento da véspera de Natal reflete bem este espírito da "casa com alma" . Aquela época do ano em que enfeitamos a casa, a árvore de Natal, preparamos tudo para a chegada de parentes e amigos .Espero que gostem!
"Uma casa com alma exige intimidade e movimento de quem nela habita. Esqueça as regras, nem sempre elas precisam ser cumpridas à risca na decoração. Personalidade, autenticidade e diversão são ingredientes que compõe a alma de uma casa, tornando os ambientes admiráveis.
Na prática, a alma de uma casa é cultivada
pelo uso que os moradores fazem de seus ambientes, fazendo o que gostam e no
tempo que querem. É algo que também tem a ver com vitalidade.
A palavra alma vem do termo “ânima”,
em latim, que se refere ao princípio que dá movimento ao que é vivo, aquilo é
animado.
Gosto de ver a minha casa com amigos, com
família, e gosto também de ficar sozinha nela. O que dá alma a uma casa é a
vida que levamos nela e que damos a ela. O mais interessante é que esses momentos ficam
impregnados na nossa história; tanto que nossa imaginação trabalha a imagem dos
espaços, processando os valores de abrigo
à casa da infância, que fica inscrita em nós.
E sabe aquelas pessoas que tem casas
incríveis, não importa para onde se mudem?Elas exercitam tudo isso, pois a casa mora dentro do morador.
Já casas que apenas “hospedam” seus moradores
costumam ser tristes. Mesmo que não percebam, ao deixar de utilizá-las como
lares, os moradores perdem uma grande chance de fortalecer sua própria
identidade, de repor as energias e de delimitar seu território físico no mundo.
Perde também quem deixa de lado a sua
história e compra tudo novinho em folha na loja, pois objetos que fizeram parte
da vida dos moradores são responsáveis por uma sensação única de aconchego. Um
projeto decorado nem sempre é sinônimo de casa com alma. Um lar de verdade tem
bagunça, e aquilo que você guarda e o que joga fora, assim como o que compra ou
deixa de comprar, é um espelho que reflete o que você sente e pensa.
Embora muito de nós estejam orientados em
direção a uma vida mais simples, ainda somos presas fáceis capturadas pelo
consumo. E isso acontece porque os objetos são o que usamos para nos definir e
para sinalizar aos outros quem somos. Entra em cena o design, como um elemento de ligação, conectando as emoções de quem
cria uma peça às de que se encanta por ela.
A função do mobiliário em uma casa não é mais
o que se entendia no início do século XX. Hoje a função emocional é tão ou até
mais importante.
Questões como aconchego, memória e emoção
prevalecem. A premência de um novo luxo - o emocional -, certamente nos leva
cada vez mais à experiência do morar bem.
*Frederica Richter é dona de casa, Bacharel em Direito,
Corretora e Avaliadora de Imóveis na cidade de Balneário Camboriú-SC.
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